Sidónio e Sidonismo. / Volume 1, : história de uma vida / / Armando Malheiro da Silva.

O lente republicano da Universidade de Coimbra que, no ano de 1908, lançava uma acusação violenta contra a instituição, defendendo a laicidade do ensino e o laicismo, não é o mesmo que em 1918 se senta nos "doutorais", abrindo as portas ao regresso da tradição académica que, numa...

Full description

Saved in:
Bibliographic Details
Superior document:Série Investigação (Universidade de Coimbra)
VerfasserIn:
Place / Publishing House:Coimbra : : Coimbra University Press,, [2006]
©2006
Year of Publication:2006
Language:Portuguese
Series:Série Investigação (Universidade de Coimbra)
Physical Description:1 online resource (431 pages).
Tags: Add Tag
No Tags, Be the first to tag this record!
id 993562093804498
ctrlnum (CKB)4100000011302523
(NjHacI)994100000011302523
(EXLCZ)994100000011302523
collection bib_alma
record_format marc
spelling Silva, Armando Malheiro da, 1957- author.
Sidónio e Sidonismo. Volume 1, história de uma vida / Armando Malheiro da Silva.
Sidónio e Sidonismo
Coimbra : Coimbra University Press, [2006]
©2006
1 online resource (431 pages).
text txt rdacontent
computer c rdamedia
online resource cr rdacarrier
Série Investigação (Universidade de Coimbra)
Description based on publisher supplied metadata and other sources.
O lente republicano da Universidade de Coimbra que, no ano de 1908, lançava uma acusação violenta contra a instituição, defendendo a laicidade do ensino e o laicismo, não é o mesmo que em 1918 se senta nos "doutorais", abrindo as portas ao regresso da tradição académica que, numa certa conjuntura (e só nela), pode ser entendida como uma das formas da Tradição? É o mesmo que permite a penetração do pensamento católico e da ação monárquica? Será esta uma questão relativa à "pessoa" de Sidónio ou uma questão resultante das "circunstâncias" em que pôde irromper um "movimento" que afinal o ultrapassa e que a história chamará "sidonismo"? Sidónio Pais terá sido, na verdade, um germanófilo, defensor de um sistema de poder autoritário, ou a sua presença ministerial em Berlim vale sobretudo como um elemento de vida, sendo sim significativa a sua afirmação presidencialista, como forma de encarar a República e como tentativa de a salvar da instabilidade permanente, regressando assim à lógica presidencialista americana e, sobretudo, brasileira, que marcou as primeiras propostas constitucionais portuguesas? Seja como for, para além de Sidónio está, sem dúvida, a representação do seu mito e a influência que ele exerceu numa direita republicana ou monárquica - a síntese pessoana do "Presidente Rei" é de um significado fundamental - para lá da sua morte trágica, em 14 de Dezembro de 1918. E não há nada como uma morte trágica para criar um mito ou mitos vários ... Partidos e associações cívicas de "direita" apelarão sempre para a imagem de Sidónio, caracterizando-se mesmo a elas próprias de "sidonistas", e para a imagem da "Ditadura", que passaria a ser designada não tanto como um regime de exceção, várias vezes assumido na Monarquia Constitucional ou na República, mas já como um "regime" em si mesmo, que daria origem a uma prática institucional de "terceira via". Por isso os salazaristas apelavam também para a ideia de um "novo Estado", de uma "República Nova" (como existira a ideia de uma "Monarquia Nova"), que sentiram, de forma indelével, na experiência ditatorial de Sidónio Pais. Entende-se, assim, toda a lógica de Salazar ao afirmar, em 28 de Maio de 1934: "As ditaduras não me parecem ser hoje parênteses dum regime, mas elas próprias um regime, senão perfeitamente constituído, um regime em formação. Terão perdido o seu tempo os que voltarem atrás, assim como talvez também o percam os que nelas supuserem encontrar a suma sabedoria política". Quem foi afinal Sidónio Pais? Dêmos a palavra a Malheiro da Silva e a todos os que, depois desta publicação, o quiserem criticar ou interrogar. E a sua tese é que Sidónio representou a via presidencialista da República, aproveitada - é verdade - por amplos sectores, durante a sua ditadura e depois dela, e representou, no fundo, a via autoritarista que a ideia de República também continha, como as ideias e as práticas da Revolução Francesa possuíam essa mesma tendência, conforme o procuraram provar alguns historiadores, como é o caso paradigmático de François Furet.
v. 1. História de una vida -- v. 2. História de un caso político.
Pais, Sidónio, 1872-1918.
972-8704-53-4
language Portuguese
format eBook
author Silva, Armando Malheiro da, 1957-
spellingShingle Silva, Armando Malheiro da, 1957-
Sidónio e Sidonismo.
Série Investigação (Universidade de Coimbra)
v. 1. História de una vida -- v. 2. História de un caso político.
author_facet Silva, Armando Malheiro da, 1957-
author_variant a m d s amd amds
author_role VerfasserIn
author_sort Silva, Armando Malheiro da, 1957-
title Sidónio e Sidonismo.
title_full Sidónio e Sidonismo. Volume 1, história de uma vida / Armando Malheiro da Silva.
title_fullStr Sidónio e Sidonismo. Volume 1, história de uma vida / Armando Malheiro da Silva.
title_full_unstemmed Sidónio e Sidonismo. Volume 1, história de uma vida / Armando Malheiro da Silva.
title_auth Sidónio e Sidonismo.
title_alt Sidónio e Sidonismo
title_new Sidónio e Sidonismo.
title_sort sidónio e sidonismo. história de uma vida /
series Série Investigação (Universidade de Coimbra)
series2 Série Investigação (Universidade de Coimbra)
publisher Coimbra University Press,
publishDate 2006
physical 1 online resource (431 pages).
contents v. 1. História de una vida -- v. 2. História de un caso político.
isbn 972-8704-53-4
callnumber-first D - World History
callnumber-subject DP - Spain, Portugal
callnumber-label DP676
callnumber-sort DP 3676 P34 S558 42006
era_facet 1872-1918.
illustrated Not Illustrated
dewey-hundreds 900 - History & geography
dewey-tens 940 - History of Europe
dewey-ones 946 - Iberian Peninsula & adjacent islands
dewey-full 946.90410924
dewey-sort 3946.90410924
dewey-raw 946.90410924
dewey-search 946.90410924
work_keys_str_mv AT silvaarmandomalheiroda sidonioesidonismovolume1
AT silvaarmandomalheiroda sidonioesidonismo
status_str n
ids_txt_mv (CKB)4100000011302523
(NjHacI)994100000011302523
(EXLCZ)994100000011302523
carrierType_str_mv cr
title_part_txt história de uma vida /
hierarchy_parent_title Série Investigação (Universidade de Coimbra)
is_hierarchy_title Sidónio e Sidonismo.
container_title Série Investigação (Universidade de Coimbra)
_version_ 1764989270386278400
fullrecord <?xml version="1.0" encoding="UTF-8"?><collection xmlns="http://www.loc.gov/MARC21/slim"><record><leader>04434nam a2200325 i 4500</leader><controlfield tag="001">993562093804498</controlfield><controlfield tag="005">20230327211237.0</controlfield><controlfield tag="006">m o d </controlfield><controlfield tag="007">cr |||||||||||</controlfield><controlfield tag="008">230327s2006 po o 000 0 por d</controlfield><datafield tag="035" ind1=" " ind2=" "><subfield code="a">(CKB)4100000011302523</subfield></datafield><datafield tag="035" ind1=" " ind2=" "><subfield code="a">(NjHacI)994100000011302523</subfield></datafield><datafield tag="035" ind1=" " ind2=" "><subfield code="a">(EXLCZ)994100000011302523</subfield></datafield><datafield tag="040" ind1=" " ind2=" "><subfield code="a">NjHacI</subfield><subfield code="b">eng</subfield><subfield code="e">rda</subfield><subfield code="c">NjHacl</subfield></datafield><datafield tag="050" ind1=" " ind2="4"><subfield code="a">DP676.P34</subfield><subfield code="b">.S558 2006</subfield></datafield><datafield tag="082" ind1="0" ind2="4"><subfield code="a">946.90410924</subfield><subfield code="2">23</subfield></datafield><datafield tag="100" ind1="1" ind2=" "><subfield code="a">Silva, Armando Malheiro da,</subfield><subfield code="d">1957-</subfield><subfield code="e">author.</subfield></datafield><datafield tag="245" ind1="1" ind2="0"><subfield code="a">Sidónio e Sidonismo.</subfield><subfield code="n">Volume 1,</subfield><subfield code="p">história de uma vida /</subfield><subfield code="c">Armando Malheiro da Silva.</subfield></datafield><datafield tag="246" ind1=" " ind2=" "><subfield code="a">Sidónio e Sidonismo</subfield></datafield><datafield tag="264" ind1=" " ind2="1"><subfield code="a">Coimbra :</subfield><subfield code="b">Coimbra University Press,</subfield><subfield code="c">[2006]</subfield></datafield><datafield tag="264" ind1=" " ind2="4"><subfield code="c">©2006</subfield></datafield><datafield tag="300" ind1=" " ind2=" "><subfield code="a">1 online resource (431 pages).</subfield></datafield><datafield tag="336" ind1=" " ind2=" "><subfield code="a">text</subfield><subfield code="b">txt</subfield><subfield code="2">rdacontent</subfield></datafield><datafield tag="337" ind1=" " ind2=" "><subfield code="a">computer</subfield><subfield code="b">c</subfield><subfield code="2">rdamedia</subfield></datafield><datafield tag="338" ind1=" " ind2=" "><subfield code="a">online resource</subfield><subfield code="b">cr</subfield><subfield code="2">rdacarrier</subfield></datafield><datafield tag="490" ind1="1" ind2=" "><subfield code="a">Série Investigação (Universidade de Coimbra)</subfield></datafield><datafield tag="588" ind1=" " ind2=" "><subfield code="a">Description based on publisher supplied metadata and other sources.</subfield></datafield><datafield tag="520" ind1=" " ind2=" "><subfield code="a">O lente republicano da Universidade de Coimbra que, no ano de 1908, lançava uma acusação violenta contra a instituição, defendendo a laicidade do ensino e o laicismo, não é o mesmo que em 1918 se senta nos "doutorais", abrindo as portas ao regresso da tradição académica que, numa certa conjuntura (e só nela), pode ser entendida como uma das formas da Tradição? É o mesmo que permite a penetração do pensamento católico e da ação monárquica? Será esta uma questão relativa à "pessoa" de Sidónio ou uma questão resultante das "circunstâncias" em que pôde irromper um "movimento" que afinal o ultrapassa e que a história chamará "sidonismo"? Sidónio Pais terá sido, na verdade, um germanófilo, defensor de um sistema de poder autoritário, ou a sua presença ministerial em Berlim vale sobretudo como um elemento de vida, sendo sim significativa a sua afirmação presidencialista, como forma de encarar a República e como tentativa de a salvar da instabilidade permanente, regressando assim à lógica presidencialista americana e, sobretudo, brasileira, que marcou as primeiras propostas constitucionais portuguesas? Seja como for, para além de Sidónio está, sem dúvida, a representação do seu mito e a influência que ele exerceu numa direita republicana ou monárquica - a síntese pessoana do "Presidente Rei" é de um significado fundamental - para lá da sua morte trágica, em 14 de Dezembro de 1918. E não há nada como uma morte trágica para criar um mito ou mitos vários ... Partidos e associações cívicas de "direita" apelarão sempre para a imagem de Sidónio, caracterizando-se mesmo a elas próprias de "sidonistas", e para a imagem da "Ditadura", que passaria a ser designada não tanto como um regime de exceção, várias vezes assumido na Monarquia Constitucional ou na República, mas já como um "regime" em si mesmo, que daria origem a uma prática institucional de "terceira via". Por isso os salazaristas apelavam também para a ideia de um "novo Estado", de uma "República Nova" (como existira a ideia de uma "Monarquia Nova"), que sentiram, de forma indelével, na experiência ditatorial de Sidónio Pais. Entende-se, assim, toda a lógica de Salazar ao afirmar, em 28 de Maio de 1934: "As ditaduras não me parecem ser hoje parênteses dum regime, mas elas próprias um regime, senão perfeitamente constituído, um regime em formação. Terão perdido o seu tempo os que voltarem atrás, assim como talvez também o percam os que nelas supuserem encontrar a suma sabedoria política". Quem foi afinal Sidónio Pais? Dêmos a palavra a Malheiro da Silva e a todos os que, depois desta publicação, o quiserem criticar ou interrogar. E a sua tese é que Sidónio representou a via presidencialista da República, aproveitada - é verdade - por amplos sectores, durante a sua ditadura e depois dela, e representou, no fundo, a via autoritarista que a ideia de República também continha, como as ideias e as práticas da Revolução Francesa possuíam essa mesma tendência, conforme o procuraram provar alguns historiadores, como é o caso paradigmático de François Furet.</subfield></datafield><datafield tag="505" ind1="0" ind2=" "><subfield code="a">v. 1. História de una vida -- v. 2. História de un caso político.</subfield></datafield><datafield tag="600" ind1="1" ind2="0"><subfield code="a">Pais, Sidónio,</subfield><subfield code="d">1872-1918.</subfield></datafield><datafield tag="776" ind1=" " ind2=" "><subfield code="z">972-8704-53-4</subfield></datafield><datafield tag="830" ind1=" " ind2="0"><subfield code="a">Série Investigação (Universidade de Coimbra)</subfield></datafield><datafield tag="906" ind1=" " ind2=" "><subfield code="a">BOOK</subfield></datafield><datafield tag="ADM" ind1=" " ind2=" "><subfield code="b">2023-04-15 12:50:53 Europe/Vienna</subfield><subfield code="f">system</subfield><subfield code="c">marc21</subfield><subfield code="a">2020-06-20 22:16:43 Europe/Vienna</subfield><subfield code="g">false</subfield></datafield><datafield tag="AVE" ind1=" " ind2=" "><subfield code="P">DOAB Directory of Open Access Books</subfield><subfield code="x">https://eu02.alma.exlibrisgroup.com/view/uresolver/43ACC_OEAW/openurl?u.ignore_date_coverage=true&amp;portfolio_pid=5338569630004498&amp;Force_direct=true</subfield><subfield code="Z">5338569630004498</subfield><subfield code="8">5338569630004498</subfield></datafield></record></collection>